Por Ornella Rodrigues

Encontrei essa foto no Facebook
Circulando em perfil de mulheres negras
Não teve como!
Tive que salvar e colocar como capa
Como bandeira
Como aviso

Nós sempre fomos resistência
Sempre estivemos nas bases
Nas cozinhas
Nas fábricas
Nos terreiros

Nós sempre andamos
Juntas ou separadas
Abrindo caminhos
Cortando as ervas daninhas
Para as mais novas seguirem

Desde a falsa abolição
Na entrada e saída
Dos brancos governantes
Nós cuidamos dos nossos
E dos filhos dos outros

Então não me diga como lutar
Não me fale o devo fazer

Sou forjada
No ferro
Na água

Sou feita
Do ar que atiça o fogo

Sou mulher negra
Morando nos poemas
De Alzira Rufino

Sou mulher negra
E se há fascismo
Eu sou luta!
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* Dedico esse poema a Nega Duda, andem juntas!

Texto Ornella Rodrigues
Foto Hoodoo