Coletivo Etinerâncias é facilitador da imersão com os 13 artistas selecionados

O novo projeto do LABxS (Lab Santista) iniciou as suas atividades com uma imersão com os 13 artistas participantes, facilitada pelo coletivo Etinerâncias e com apoio da equipe do Instituto Procomum nos dias 14, 15 e 16 de maio na sede do LABxS.

A Colaboradora abriu chamada pública em abril de 2018 para artistas e produtores culturais para trabalhar com arte e território na sede do Lab Santista, atuar na região da Bacia do Mercado, Santos-SP, e trocar serviços entre si.

O projeto é inspirado no La Colaboradora, programa do ecossistema de inovação social Zaragoza Activa, laboratório cidadão parceiro do LABxS (Lab Santista) de Saragoça, na Espanha. Conheça mais sobre o Zaragoza Activa.

Os primeiros dias

Uma das intensões da imersão foi tentar criar um senso de trabalho coletivo e colaborativo, além de estudar metodologias e possibilidades para atuação no território.

Para Marília Guarita, diretora do Instituto Procomum e coordenadora do A Colaboradora, o projeto é para o fortalecimento do indivíduo e do coletivo. E esse fortalecimento vai realizar-se pelo uso do espaço, do fundo de formação, das mentorias, mas principalmente pelo afeto e pelas trocas de saberes.

“Primeiro temos que lembrar porque escolhemos o recorte da arte para A Colaboradora. Para nós, surge da urgência de criar novos imaginários e uma nova forma de viver a vida”, conta Marília Guarita.

Para ela, a imersão é importante para o grupo se conhecer por outros lugares, além de como cada um se apresenta no dia a dia.

“Acho que a imersão ajudará no reconhecimento sensorial do território. Temos que pensar juntos, em algum momento, a dimensão política do projeto, de poder viver e experimentar no cotidiano o comum, comunidade e a colaboração”, concluí Marília Guarita.

Coletivo Etinerâncias e a imersão

Para Raissa Capasso, do Coletivo Etinerâncias e RED Comadre, a imersão é uma possibilidade de começar o processo criando encruzilhadas entre os participantes desde um lugar qualificado da escuta e do cuidado.

“O que nos toca no projeto A Colaboradora é conseguir explorar as potencialidades na vinculação e na convivência entre as pessoas e assim criar um espaço de pré-diposição ao afeto ao outro e a outra”, disse Raissa Capasso.

Ela também lembra, de um dos princípios do coletivo Etinerância, de conseguir fortalecer a cultura da colaboração e as redes que tornam a vida de cada um de nós, latinos, vivível. “Como construir relações desde outros lugares que não os dados pelo capital. Para nós a convivência em si já é uma estratégia de tornar a vida mais vivível.”, explica.

Débora Del Guerra, também do Etinerâncias e Red Co.Madre: Saberes en Red, Memoria y Cultura Viva, lembra que é o interesse do coletivo pesquisar, sistematizar, aprender metodologias. “Nossa contribuição gira em torno de socializar as metodologias que aprendemos em comunidades tradicionais e espaços de resistência de toda América Latina”, explica.

Nascendo um projeto

Para Marina Ramos, articuladora cultural convidada para A Colaboradora, a imersão marcou o início dos trabalhos. “Apesar das discussões e propostas prévias, não tinha como sentir a constituição do grupo sem a presença das pessoas”, contou.

“Foi um encontro gostoso, divertido, leve e que instiga para os próximos dias e para os projeto que virão. É fundamental para que a gente se conheça, aproxime expectativas, compartilhe os sonhos e estabeleça alguns combinados para o trabalho e nossa atuação”, disse a agitadora cultural.

Documentação

O modelo do A Colaboradora é inédito no Brasil e percebendo a importância da documentação de todos os processos, Léo Foletto, criador do baixacultura.org, foi convidado criar conteúdo exclusivo com os artistas do projeto e com olhar de fora da equipe do Instituto Procomum.

Além de textos em três fases do projeto, início, meio e fim, vai escrever perfis de todos os artistas participantes.

“Acredito que o relato pode ser um indicativo do processo, de como está andando e de como estão cada uma das pessoas envolvidas. A documentação é fundamental para sistematização, para não repetir erros ou acertos, para diversificar a partir de algo que é o produto da documentação. Ele também ajuda a consolidar, visibilizar  e organizar certos processos criativos e emocionais”, contou.

Leo Foletto também lembra que a documentação, a partir de uma perspectiva de fora,  é importante para continuidade do projeto ou para replicação de projetos derivados.

“É experiência interessante para conhecer pessoas diferentes e um mergulho bastante profundo em cada participante e depois, pensar no território”, disse.

“Documentar uma experiencia inédita com liberdade é muito prazermos- ao mesmo tempo, essa liberdade é o meu desafio”, concluí Leo Foletto.

Lista dos artistas participantes

ARTISTAS CONVIDADOS
(selecionados previamente pelo júri)

Aline Benedito (Fixxa)
Marina Paes
Nilton Ferreira
Ornella Rodrigues
Ugo Castroalves

Artistas selecionados por chamada pública

Bruno Malagrino
Cássia Luiza Sabino de Souza
Juliana do Espírito Santo da Silva
Marcelo Ferreira Rosmaninho (Mid)
Marilda Carvalho
Matheus Ferreira de Mattos Coelho (Revi)
Michael Xavier
Ewald Santos Cordeiro
Marina Guzzo