Há quatro meses venho reunindo histórias e desenhos de pessoas que convivem com a realidade das ruas. Terça-feira saímos para mais um dia de convívio, estavam na deriva Fixxa, Juliana e Mik, sempre costumamos sair pela manhã porque nesse horário a vida do morador de rua no mercado tem uma rotina; a de conseguir um real para se alimentar no Bom Prato. Mas, decidimos mudar os planos e saímos de tarde. Quem não estava dormindo encontrava-se com seu corote de pinga ao lado atmosfera densa, quantas variações exibem a narrativa manhã e tarde nas ruas da Vila Nova em Santos e a cada novo fato o diálogo altera o processo de escuta que fazemos na região.
Abordamos uma mulher e um homem as duas pessoas tiveram reações violentas. Entretanto o homem foi mais violento, ele estava sentado em uma esquina aparentava ser uma pessoa reciproca para troca, abordamos como de costume: Olá, você tem um minuto da sua atenção para falar com a gente, ele disse sim: Sempre apresento o trio, eu sou a Fixxa ela é a Juliana e ele Mik: Juliana é o nome da minha filha diz o homem, e sorriu. Comecei a explicar sobre o projeto que estamos desenvolvendo na colaboradora, o livro Sentido Semelhante, quando eu falei sobre desenhar nas costas dele uma planta medicinal ele ficou tão violento que mandou a gente ir embora, vai para lá com sua palestra, sai daqui já fechando a mão para dar um soco. Fazer um trabalho delicado como esse requer cuidado, atenção e sabedoria, porque as memorias acessadas são construções de experiências passadas a partir do momento presente. Voltamos para o IP em segurança e com a certeza que o processo é cheio de desafios.
Por: fixxa
Foto: MK.