Tempo atras tive uma coleção de São Francisco. Durante uns 5 anos de minha vida, sempre os buscava por ai nesse Brasil.

Um dia, me despedi e parti com uma mala na mão. Do muito que ficou, falo dessa minha coleção.

O São Francisco em madeira encontrado em Bichinho-MG era o preferido, pois trazia cores terrosas, esculpido rústico, tinha afeições fortes e um pouco sombrias. Imagino que seja pelas histórias de escravidão deste vilarejo.

Única imagem que fiquei, foi um Francisco esculpido em lápis. Muito delicado, tão delicado que está guardado em meu estojo, o ambiente mais caótico que conheço. Fisicamente ele morreu, foi decapitado sem intenção, mas suas partes permanecem vivendo ai, jogadas neste estojo a mais de dois anos.

E por mais de dois anos permaneceu no esquecimento minha relação imagética de confiança que um dia tive com Seu Francisco.

 

Até que!!!! Um ponto de virada! Algo inesperado acontece!

 

Fui para o Ateliê, para treinar velocidade de minhas pinturas a cor. Escolho um desenho do caderno que me parecia bom e algumas 5 horas depois estava postando a foto no Instagram.

 

Dia depois, encontro Andréia do projeto GerminAção do Hub de Permacultura no Instituto. Depois de largos minutos de prosas aleatórias e sem sentido, ela me fiz que adorou o São Francisco e se o poderia ver pessoalmente.

 

Fiquei confuso, primeiro pensei do porque se referia assim sobre a entidade a mim e porque apresentaria um ao outro?

Pensei que era mais uma prosa aleatória sem sentido.

 

Mas não era isso. Resulta que…

 

Era 4 de outubro. Dia de São Francisco. E para Andréia foi meio obvio que tinha essa referência no trabalho. E para mim foi um espanto essa coincidência.

Agora ando numas de resgatar lembranças.

 

Bruno Malagrino