Desde que entrei na Colaboradora, passei a olhar mais para as mulheres pretas como observadora. Percebi que me vejo em outras pretas mais do que gostaria. A identificação acontece não só no cabelo e nos traços.
Só uma mulher preta sabe como é ter o corpo feminino e a pele preta e, andar na rua.
Na rua ninguém quer ser a preta, ninguém protege a preta.
Na rua toda preta é mal encarada, toda preta tem a cara fechada.
Pensando na realidade da Bacia do Mercado, nas mulheres pretas e em suas condições de autoproteção e autocuidado, criei essa arte (topo da página) enquanto escutava Bag Lady de Erykah Badu. Talvez essa seja a primeira arte do meu projeto.